Quando pensamos em transformação digital temos que ir além do que apenas adicionar tecnologia aos processos tradicionais. É preciso pensar em fazer diferente e buscar outras maneiras de conseguir resultados para se destacar. Esta deve ser a mentalidade ao pensar na implantação e transformação digital no BIM (Building Information Modeling).
O que é BIM?
O BIM pode ser definido como um elemento de suporte para o processo de gestão da informação. Durante todas as fases do ciclo de vida da construção haverá necessidade de dados para ações e decisões. Entregar a informação necessária para as pessoas certas no momento que elas precisam é o principal desafio nessa empreitada.
Essa definição parece simples, mas é extremamente complexa. Afinal, os requisitos são consolidados em um documento chamado EIR (Exchange Information Requirement) e o processo é detalhado em outro chamado BEP (BIM Execution Plan).
A importância do EIR e BEP
Há inúmeros modelos de EIR e BEP disponíveis para conseguirmos compreendê-los. A ideia é que eles sirvam de inspiração para desenvolvermos nossos próprios modelos. Infelizmente, em muitos casos eles são utilizados apenas de forma automática; ou seja, somente fazendo uma cópia de tais modelos. Este é um dos principais erros, que, por consequência, nos impede de agregar a tão almejada transformação digital no BIM.
Em suma, os requisitos de informação destes modelos não refletem necessariamente os de sua organização. Além disso, os ativos e o processo indicado nos planos de execução-modelo, por vezes, não são os mais aderentes à realidade do projeto.
Transformação digital no BIM: o céu é o limite
A ideia de mudar o processo, focar na gestão da informação, cortar silos e unificá-la da melhor forma possível é a essência da transformação digital no BIM. Em outras palavras: não se muda processos copiando outros ou simplesmente fazendo a mesma coisa com novas tecnologias.
Fazendo uma analogia com a Fórmula 1, enquanto todas as escuderias estavam focadas em ganhar tempo nos pitstops, a Red Bull conseguiu enxergar a solução com outro prisma: incluiu sensores nos carros e fez parcerias com empresas de telecomunicação para captá-los ao longo dos circuitos. Essa informação era transmitida em tempo real para a equipe, que com o artifício da Inteligência Artificial, começou a ter insights e tomadas de decisão baseada em dados. Com outro olhar, uma equipe novata realizou a transformação digital e virou o grande player em poucos anos.
Portanto, tenha em mente que o BIM é uma oportunidade, um campo ainda inexplorado. Temos que experimentar, testar, errar, pivotar e buscar nosso próprio caminho de maneira que possamos nos destacar na jornada de transformação digital no BIM.