Após dois anos de crise econômica, que estava vinculada ao cenário político, vemos os primeiros sinais de reaquecimento do mercado. Isso se deve, sobretudo, às ações do governo, que desplugou a agenda política da economia, disparando leilões no setor de energia e destravando algumas questões ligadas ao transporte e ao agribusiness. Como resultado, tivemos a retomada dos investimentos no País e reaqueceu diversos setores da indústria.
A construção civil, especialmente, é o primeiro setor a sentir os efeitos da movimentação econômica. Isso porque, com a melhoria na condição financeira, o “sonho da casa própria” volta a vislumbrar o imaginário do trabalhador brasileiro. Prova disso é que em 2018 o mercado imobiliário nacional terá uma expansão de 10% em lançamentos e vendas, segundo a Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da Câmara Brasileira de Indústria da Construção (CBIC).
O crescimento poderia até ser mais expoente se a reforma da Previdência tivesse sido aprovada e se não tivéssemos um ano de eventos, como as eleições e a Copa do Mundo.
E como o setor deverá atender essa demanda? É certo que a compra de insumos, de matérias-primas e o aumento no número de oportunidades de empregos nos próximos seis meses deverá ocorrer. Todavia, devemos lembrar que a crise transformou as empresas em operações enxutas, elevando a automatização para a redução imediata de custos. Então, qual o risco de voltar ao modus operandi anterior à crise: operações infladas por pessoas e pouco investimento em tecnologia? O setor deve ampliar os investimentos na automatização ou retomar o volume excessivo de profissionais?
Fazendo essa reflexão, a indústria da construção civil deve aproveitar o legado da crise: “fazer mais com menos”. E, para isso, é preciso investir em inovação como vantagem competitiva ao negócio. A adoção de tecnologias como Realidade Virtual, Blockchain, Nuvem e Aplicativos Mobile deverão tornar os processos do setor mais transparentes, ágeis, inteligentes e colaborativos.
Vale aproveitar este momento de retomada do setor para rever os investimentos em tecnologia, transformando a contratação de profissionais numa demanda para processos que não são atendidos pela automatização. A hora é de inovação e mudança! Mãos à obra!