Construtivo leva tecnologias para projeto inédito em BIM na reconstrução do Museu Nacional/UFRJ

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Companhia de tecnologia apoia a primeira obra realizada com a metodologia em um edifício histórico, fornecendo sistemas de visualização de nuvem de pontos e modelo, de colaboração e comunicação e de gestão de documentos para todas as etapas de reconstrução do patrimônio.

Após quatro anos do trágico incêndio que atingiu o Paço de São Cristóvão (Rio de Janeiro) e abalou uma das mais importantes instituições científicas da América Latina, o Museu Nacional/UFRJ está sendo restaurado e reconstruído por meio do Projeto Museu Nacional Vive. O Construtivo, companhia de Tecnologia da Informação com DNA em Engenharia, é uma das empresas contratadas pela iniciativa e está apoiando o desenvolvimento de projetos técnicos por meio de um trabalho inédito em BIM (Building Information Modeling).

Nesta execução desenvolvida integralmente em HBIM (em português, BIM aplicado a edifícios históricos), metodologia que garante precisão, qualidade de representação e informações adequadas para obras de restauro e intervenção, três soluções do Construtivo estão em operação: o Cintoo, o Newforma Konekt (antigo BIM Track) e o Colaborativo.

A primeira passou a ser utilizada na etapa inicial do projeto, cuja metodologia envolveu o escaneamento a laser e o trabalho de pesquisa e arqueologia para trazer conhecimento dos elementos da construção, como a estrutura e os objetos, ou seja, a representação precisa, que tecnicamente é obtida por meio do escaneamento a laser, gerando arquivos de nuvem de pontos para apoiar as atividades de estudo e desenvolvimento do projeto.

Para visualizar todo esse processo, a equipe utilizou o Cintoo, que funciona como uma plataforma streaming para armazenar e suportar o fácil acesso de diferentes partes interessadas à nuvem de pontos e às imagens captadas a partir da realidade. Até o momento, a plataforma recebeu 768 escaneamentos e cerca de 240 GB em imagens.

“O Cintoo possibilita que todos os participantes visualizem o material de forma facilitada. Se não fosse ela, seria necessário que todos os envolvidos tivessem computadores com alta capacidade de armazenamento e conhecimento técnico em nuvem de pontos. Além disso, a possibilidade da plataforma de associar modelos à nuvem de pontos dá condições de tomar decisões considerando as condições retratadas nas imagens. Por exemplo, se o objetivo é fazer um furo em determinada parede, a nuvem de pontos associada a este modelo irá mostrar se a intervenção é apropriada”, explica Sérgio Leusin, coordenador BIM do projeto e sócio-gerente da GDP – Gerenciamento e Desenvolvimento de Projetos.

Paralelamente ao Cintoo, ocorre o processo de coordenação de projetos, contemplando a comunicação e a colaboração entre os projetistas no Newforma Konekt (BIM Track), que permite acessar o modelo virtual 3D para fazer as análises e as compatibilizações das diversas disciplinas existentes. Sem uma ferramenta de apoio como o Newforma Konekt (BIM Track), seria necessário fazer desenhos e sobrepô-los no computador para verificação de incompatibilidades e conflitos, o que traria além do aumento de tempo na comunicação e na interação entre os envolvidos, a ampliação dos riscos e, consequentemente, o custo do projeto.

“A discussão via uma plataforma de colaboração é essencial num processo BIM, pois otimiza e agiliza o processo de compatibilização resolvendo os problemas antes da execução da obra, além de diminuir a exposição ao risco de atrasos e retrabalhos. Ao todo, 158 arquivos e mais de 1,8 mil questões são administradas dentro da solução. A previsão é finalizar o projeto com cerca de 5 mil tópicos de discussão solucionados”, comenta Leusin.

Com a discussão ocorrendo no Newforma Konekt (BIM Track), o processo administrativo e contratual é gerenciado no Colaborativo, que faz a gestão de aproximadamente sete mil arquivos simultaneamente, entre desenhos 2D, projetos, aprovações dos modelos e documentos em geral. Ou seja, todos os entregáveis são processados e aprovados no Colaborativo e já se sabe que esse volume deve dobrar até o final da obra.
O projeto em BIM para a reconstrução do Museu Nacional envolve 21 empresas, entre projetistas, gerenciadoras e consultorias. Ao todo, mais de 100 especialistas em 32 disciplinas atuam no projeto. O desenvolvimento integrado otimiza recursos financeiros e evita conflitos entre as soluções apresentadas para cada área. O mais emblemático resultado deste processo colaborativo em 2022 é o Anteprojeto de Restauração e Arquitetura do Paço de São Cristóvão e de reforma do Anexo Alípio de Miranda Ribeiro, que foi submetido no mês de agosto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Para Marcus Granadeiro, sócio-diretor do Construtivo, atender projetos com alta complexidade e necessidade de integração em BIM é um dos diferenciais das ferramentas da empresa. “Um projeto dessa dimensão sem a adoção do BIM seria mais longo, teria menos precisão e a obra seria mais cara. Neste modelo, a quantificação para o orçamento é muito mais precisa. O Museu Nacional/UFRJ será uma referência no Brasil em HBIM, abrindo precedentes para que mais instituições adotem o modelo para antecipar problemas e economizar tempo de obra”, finaliza Granadeiro.