No setor de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção), as demandas por infraestrutura urbana, habitacional e logística aumentaram em paralelo ao crescimento dos novos padrões de consumo, economia volátil, sociedade polarizada e temas ambientais em alta. Por isso, oferecer uma vida de alta qualidade para as pessoas, além de garantir a sustentabilidade, se tornou prioridade para as empresas desse segmento.
Nesse cenário, é necessário um esforço de comunicação e cooperação entre governos, instituições locais, empresas de engenharias, construtores e investidores com as demais partes interessadas em um projeto, como os próprios clientes, o que torna um novo desafio para esse mercado.
O engenheiro civil e sócio-diretor do Construtivo, empresa de tecnologia com DNA de engenharia, Marcus Granadeiro, explica que existe um termo para definir esse obstáculo. “A interoperabilidade de informações é a expressão que descreve essa comunicação e cooperação. Atingir esse conceito é desafiador para qualquer indústria e não é diferente na engenharia. Afinal, unir processos, projetos e tecnologias tornam as obras mais assertivas, evitando erros e mitigando o retrabalho”, argumenta Granadeiro.
Pensando em uma solução viável para esse desafio, o engenheiro cita que o Construtivo acredita na integração entre os processos de Modelagem de Informações de Construção (BIM) e Sistemas de Informações Geográficas (GIS). “Essa união pode contribuir significativamente para ajudar empresas a enfrentarem seus atuais desafios. O Construtivo aposta nessa ideia, pois o casamento desses processos apoia todas as fases do ciclo de vida de um projeto, que envolve planejar, projetar, construir e operar”, explica.
O BIM fornece a representação 3D e suas respectivas características, físicas e funcionais, além de dados alfanuméricos sobre componentes e objetos associados de um projeto. Esse processo pode ser definido como um recurso de informações compartilhadas, que oferece suporte ao gerenciamento, coordenação, colaboração e simulação de planos e documentos.
Já o GIS é uma tecnologia que existe desde o começo da computação e vem se tornando uma peça importante no mundo corporativo. Esse sistema fornece informações sobre ativos no contexto geográfico, sendo capaz de reproduzir os ambientes naturais e construídos, além de agregar outros fatores vitais, como considerações demográficas, socioeconômicas e ambientais.
Quando unimos esses dois conceitos que combinam elementos geoespaciais, como localização, rotas, tubulações, fluxos de veículos, tráfego de pessoas, zoneamento, entre outros, aos modelos tridimensionais e informações de ativos, ao conectarmos a automação por meio do IOT (Internet das Coisas), é possível viabilizar o famoso Gêmeo Digital, que é uma cópia fidedigna de um ativo, que passa, inclusive, a ser monitorado.
Granadeiro explica que essa fusão possibilita uma visão ampla e completa de um projeto. “Essa junção permite aos profissionais de engenharia e projetos visualizar, analisar e gerenciar informações geográficas e de construção de uma forma integrada, tornando mais fácil a tomada de decisão e viabilizando o gerenciamento de obras”, explica.
Além disso, o engenheiro conta que uma das soluções carro-chefe de sua empresa, o Colaborativo, ainda permite a gestão de documentos, processos e informações integradas junto à aplicação GIS. “Proporcionamos o gerenciamento de informações com vínculo geográfico, unindo aplicativos de coleta e planejamento, que também estão aliados à evolução desse mercado”, finaliza Granadeiro